Marcha pela Humanização do Parto ocorre domingo, em Londrina e em todo o Brasil
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VEJA AS FOTOS DA CAMINHADA em 05/08/2012 (Clique aqui)
Objetivo é levar esclarecimentos para as mulheres, e suas famílias, sobre os direitos das gestantes em relação às escolhas de parto e, principalmente, sobre o Parto Humanizado. Mais de 20 cidades de vários estados do país estão realizando a manifestação de modo simultâneo. Em Londrina, o encontro começa às 15h30, em frente ao Consórcio União, no Lago Igapó II
Como está a saúde das mães brasileiras
Os índices de cesárea no Brasil ultrapassam, e muito, aquele recomendado pela ONU, que prevê máximo de 15% para todos os países. Em 2011, uma reportagem da Folha de São Palo tabulou os dados do DataSUS e deu a manchete: Mais da metade de todos os nascimento ocorrem por via cirúrgica, 52%. Em hospitais privados e mistos da região Sul, este índice ultrapassa os 85%. A cesárea é uma cirurgia importante, que ajuda a salvar vidas quando necessária, mas como qualquer cirurgia, pode trazer diversos prejuízos para a saúde de mães e bebês, a curto e longo prazo.
Durante o pré-natal, a maioria das mulheres não é realmente esclarecida sobre os riscos de cada procedimento do parto. São informações fundamentais para que possam escolher, de modo consciente, a forma como querem trazer seus filhos ao mundo. Menos ainda se fala sobre a variedade de modelos de assistência existentes, como os partos natural, normal, domiciliar ou cirúrgico. As mulheres afirmam que os médicos só falam sobre parto quando questionados pela gestante, e que ainda sim, não são orientadas sobre a capacidade que seu corpo tem em participar ativamente do parto – a fisiologia do parto e do nascimento.
O modelo de atenção ao parto que queremos
Em 2011, o Ministério da Saúde reforçou as políticas públicas para a Humanização da Assistência ao Parto. Implantou a Rede Cegonha, que garante às mulheres o acesso ao parto humanizado pelo SUS, e a criação dos Centros de Parto Normal. Uma de suas estratégias mais importantes é a capacitação e qualificação de enfermeiras obstetras, obstetrizes e parteiras tradicionais para atuação direta ao parto normal saudável; e as doulas, para o acompanhamento especializado do trabalho de parto (com massagens e apoio emocional).
Pesquisas nacionais e internacionais comprovam que quando esses profissionais estão envolvidos na equipe durante o parto, o cuidado individual é maior, a necessidade de uso de anestésicos diminui, e cai pela metade o índice de cesáreas e episiotomias (corte realizado no períneo no momento do bebê nascer). Além disso, entre outros benefícios, o bebê vem diretamente para o colo da mãe e pode ser amamentado naturalmente na primeira hora após o parto. Essa atitude aumenta a possibilidade de sucesso no aleitamento exclusivo até o sexto mês, meta estabelecida também pelo Ministério da Saúde, como forma de reduzir a mortalidade infantil e materna.
Para garantir uma gravidez e parto saudáveis, com segurança, a gestante deve ter acesso ao pré-natal de qualidade, fazendo todas as consultas e exames previstos. Isso permite que a mulher tenha identificado o seu risco gestacional e seja devidamente orientada e encaminhada ao cuidado mais indicado para cada situação. Atualmente, no país, 98% dos partos são hospitalares. Por isso, diversas ações estão sendo desenvolvidas no ambiente hospitalar para que as mulheres possam ter um parto humanizado, que significa ter uma ambiência adequada, equipes qualificadas, tecnologia disponível, direito acompanhante e tratamento digno, independente do tipo de parto escolhido por ela.
“É importante destacar que o parto humanizado consiste na mudança de atenção dada ao parto, com a incorporação de boas práticas”, enfatiza o secretário Nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães. É por tudo isso que todos estão convidados a participar da Marca pela Humanização do Parto no Brasil, gestantes, mães, famílias, profissionais da saúde e simpatizantes da causa. Em nosso país, melhorar a saúde materna é uma questão de cidadania. E uma necessidade prioritária para a saúde pública do país.
Contato com a Comissão de Organização
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